terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ouro de tolo


No Brasil, defeito não é ser negro, homossexual ou mãe solteira. Defeito no Brasil é ser pobre.
É como se o brasileiro não agüentasse mais se projetar no outro, ver sua figura no outro, e não sabendo lidar com isso (talvez por falta de coragem) entra num processo de negação.
A nova ordem de discriminar abertamente a pobreza, segue firme com aval do capitalismo selvagem, onde ser é ter, ter é poder, poder é ter, ter é poder, poder é ter e vice-versa.
É como uma bola de neve que vai atropelando os que se encontram na descida.
Nada contra os benefícios do mundo moderno. Tudo contra os malefícios.
Para começar, ninguém deveria trabalhar o tanto que se trabalha hoje. Nossas famílias não precisam de tanto e na essência, o que precisam, dinheiro nenhum pode comprar.
No país mais católico do mundo, chega a ser engraçado esse desprezo aos mais humildes. De fato a espiritualidade está fora de moda, visto que o Papa veste Prada (mas o pior é o que não é visto, o que não é feito).
Pare, pense, pergunte-se: Por que eu corro tanto?
Hoje em dia corre-se muito, o tempo todo e tantas vezes, nem se sabe pra onde, pra que...
Você almeja a diretoria da empresa?
O carro novo?
O computador de última geração?
De uma coisa você pode ter certeza, numa corrida, uma hora você cansa, seu corpo não suportará mais e a miséria será revelada, quando tudo que foi conquistado neste mundo, ficará pra trás.
Quando aprendemos a dividir, não aprendemos apenas a viver, mais que isso, aprendemos a dar vida.
Quando aprendemos a dividir... exceto, ricos de pobres.

sábado, 4 de outubro de 2008


É possível haver duas verdades sobre um fato lógico?
O jornalismo atual diz que sim.
Muitos já devem ter visto ou lido algo sobre a prisão do piloto de Fórmula Indy, Hélio Castro Neves. Para quem não sabe, ele foi detido nos Estados Unidos acusado de fraudar impostos federais naquele país e sonegá-los de 1999 a 2004.
Até aí, tudo bem! (Afinal estamos falando de um brasileiro).
O pior da história é você ligar no Band News e ficar sabendo que o piloto pagou o equivalente à astronômica quantia de R$ 32 milhões de reais como fiança. Um dia depois, vejo em outro telejornal que ele desembolsou apenas R$ 450 mil reais.
TÁ! É DEMAIS PEDIR UM POUCO DE CLAREZA? Parafraseando André Petry em sua última coluna na Veja, quando refletia sobre o governo e as escutas telefônicas.
Entendo que o tal furo de reportagem ajuda a diferenciar jornais bons e ruins, e aí mora o perigo. Num erro, pensando estar indo bem, um veículo de comunicação pode estar indo mal, muito mal.
Notícia confiável não se consegue em um dia. Cadê aquela conquista diária, semanal ou mensal que havia entre veículos e leitores?
Estamos virando prostitutas mal pagas e os noticiários, UMA ZONA.