sábado, 31 de maio de 2008

Ensaio da cegueira

Mais uma parte

Quando seu cavalo tinha tudo pra ganhar e ele perde, os dividendos começam a se contabilizar, um a um como num livro de Stephen King.
Pior que pagar por isso é não saber ao certo como lidar com o sabor amargo da decepção. Para essa não é possível somar os prejuízos e programar uma data pra que termine, vá embora, assim como veio.
A decepção vai além do bolso, vai além do conquistar com o trabalho, ela nos toma como um vírus que nos faz adoecer ou então prefere ficar encubado durante tempos, esperando o momento oportuno de aparecer e destruir com as possibilidades de uma nova tentativa de confiança, de uma vida saudável.
Percebemos que a partir daquilo, nós não estamos mais auto-imunes a essa triste doença.
Assim, já não vemos mais graça em corridas de cavalos, em torcer, em apostar, em acreditar.
E pra isso não existe cura imediata, mas existe tratamento, para alguns demorado, para outros, doloroso.
Passe a duvidar de você, não dos outros.
Às vezes, criamos deuses dentro de nós, como na Mitologia Grega: tão saudosos quanto imprevisíveis. Ou ainda, talvez uma mera ilusão que a gente insiste em fazer verdade.
Esse é o preço que se paga por sermos tão ausentes de nós mesmos e tão presentes no Olimpo.

sábado, 17 de maio de 2008

Sociedade dos poetas mortos

Há quanto tempo não se houve falar de algum nome notável na cultura mundial?
Principalmente na literatura e nas artes, o mundo parou no tempo.
Livros acadêmicos continuam levando às escolas, somente teorias e pensamentos de décadas ou séculos atrás. Nas artes, mesma coisa. Movimentos artísticos fazem parte de uma história que só meus tatataravôs puderam contar. Isso não quer dizer que autores, artistas e pensadores balzaquianos não sejam importantes, pois são, para a compreensão do “universo” e da evolução da sociedade em que vivemos como cidadãos e principalmente seres humanos.

Mas sinto que estamos pintando a mesma tela há anos, lendo o mesmo livro há anos, sem conseguir chegar numa conclusão ou num insight passageiros que sejam.
Estamos nos preparando para coisas que já foram, já aconteceram, por isso não notamos nada vibrando ao nosso redor, as cores já estão desbotadas (falo isso como estímulo aos novos, jamais depreciação aos que já se foram).

Estamos nos guiando por tendências de sempre. Cadê os pensadores de hoje? Pensar não é tendência? Huuuum... entendi!

“[...] mas insistir na ostentação de mágoa é teimosia sacrílega; lamento pouco viril; mostra uma vontade desrespeitosa ao céu, um coração débil, alma impaciente, mente simplória e inculta [...]” Hamlet (W. Shakespeare)

Para provar que não é azedume de minha parte.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Maconha: o processo é lento

Nos últimos dias se tem discutido muito sobre a legalização da maconha no Brasil.
Enquanto no país do samba, maconha é praticamente um palavrão, em outros lugares do mundo ela é utilizada inclusive para tratamento medicinal. Talvez esse mito sobre a maconha tenha sido criado pelo fato dela ter entrado no Brasil pela porta dos fundos e se tornado moeda no mercado do tráfico de drogas, quando em nações lá fora, essa erva é apenas mais um objeto de estudos científicos.
No entanto, esse mito só é mantido intacto, por nossa envergadura moral de péssimo gosto (também conhecida como hipocrisia).
O álcool e o cigarro, drogas lícitas, são tão ou mais poderosos que a maconha diante da forma que forem usadas. Mesmo assim, são abertamente acolhidas pela sociedade que sempre viu em suas histórias antepassadas, pessoas fumando, pessoas bebendo, pessoas morrendo e pessoas trazendo pra perto de nós uma cultura que incrivelmente, respira até hoje.
Para a legalização da maconha, movimentos sociais são os primeiro passos de infinitos, porque uma mudança significativa é demorada.
A autorização para consumo implica revisão dos códigos penal e civil, vastos estudos científicos, posologias aceitáveis e receitáveis enquanto medicamento e cigarro, pois só assim assegura-se o perfeito estado de consciência de quem usa a maconha, como também de quem não usa.
São tantos os pontos que interligam o tema, como a criação de uma nova grade educacional, diminuição da violência, entre outros que não me lembro agora.
Engraçado essa falta de memória... acabei de me lembrar que nunca fumei um cigarro de maconha.



sexta-feira, 9 de maio de 2008

Poema sem rima

Eu gostaria que as pessoas fossem mais sinceras, talvez com uma dose de ironia, mas que fossem, e menos tivessem.
Eu gostaria que as mentiras se arrependessem, mesmo que por baixo dos panos, dos lençóis, de noite, no escuro, fugindo das luzes.
Eu gostaria de ter mais amigos e menos linguagem figurada.
Eu gostaria de ter mais amor e menos motivos.
Eu gostaria de pedir desculpas por uma razão justa e por uma injusta.
Eu gostaria de ter filhos conquistados.
Eu gostaria de dizer não para o que me corrompe, sim para o que me desperta e talvez para que me amedronta.
Eu gostaria de ter mais apetite e menos fome.
Eu gostaria de jogar bola pra marcar gol e não, marcar o adversário.
Eu gostaria de falar palavrão apaixonadamente.
Eu gostaria de pegar buquê de noiva e plantar no meu jardim.
Eu gostaria de contar até 100 pra procurar alguém, não pra me acalmar.
Eu gostaria de pensar no que sinto, sentir o que penso e pensar no que passo.
Eu gostaria de roer unhas por prazer.
Eu gostaria de dizer eu te amo e nunca disse.
Pretérito perfeito: eu gostara do texto, mas... no mais que perfeito: eu ainda insistiria em acreditar.

Homem primata? Capitalismo selvagem!

Até que ponto nossos conceitos sobre homens e animais estão corretos?
Tenho certezas boas com relação aos animais e incertezas ruins em relação ao homem.
A violência homérica é minha fonte de dúvidas. Uma fonte que jorra, vermelha e só. Porque é uma fonte que não atrai pássaros, nem reúne crianças.
A sociologia, a psicologia, a antropologia e tantas outras orgias parafraseiam sobre essa insensatez humana, mas não conseguem sair da estaca zero, de um ponto em comum: a fonte.
Nas ciências, a teoria não existe sem a prática e a prática não existe sem a teoria. Objetos de estudo não deveriam ser só isso, muita coisa precisa transpor essa barreira do imaginário, entrar em campo e sentir na canela.
Me parece que desistimos de curar uma das piores chagas da “sociedade” no meio do caminho.
É como tirar doce de criança, negar consolo à mulher traída ou recusar carinho de cachorro enrabichado.
Mais uma vez me pergunto: até que ponto o homem é racional?
Os animais só causam mortes entre si pela fome, ou sinal de ameaça, afinal, uma conversa não resolveria.
Sem querer, acho que respondi a questão.
Aliás, sem querer a gente faz tanta coisa, que chego achar que é por querer.
Dizem que os pássaros trazem a primavera. Continuo aguardando de garganta seca, eu e minhas idéias, até que a morte nos separe.

O boom da internet é catastrófico, fedido ou musical?

Me lembro como se fosse ontem...
E disse o espírito pouco santo: Seus filhos se chamarão download e upload.
A Internet tem sido incutida na vida do ser humano, obviamente dos países que se dizem desenvolvidos, desde muito cedo.
Primeiro passo das crianças: messenger’s da vida.
Segundo: genocídios em rede.
Terceiro: isso é preocupante.
Se for pra eu recordar a última vez que vi uma criança num parque por vontade, a imagem que me vem à mente chega quase que num tom preto e branco, não sei se envelhecida ou amarelada pela maturidade sem graça de semi-adultos-pré-mirins.

domingo, 4 de maio de 2008

Reflexão de um “find”

Fugindo um pouco da superficialidade popular: corrimão não é apenas uma pessoa de muitos parceiros sexuais ou afetivos.

O corrimão é um apoio que todos nós precisamos ter. Seja psicológico, espiritual, intelectual ou sensível ao corpo.

As possibilidades abstratas contam tanto que, se pararmos para analisar a estrutura de uma escada a hipótese se confirma. Ao descer pelos degraus, apenas deslizamos a mão sobre a barra que acompanha a escada paralelamente. Isso quer dizer que, temos o corrimão como um apoio “psicológico” para nos dar mais confiança em nossos passos e, refúgio se escorregarmos.

A ausência desse corrimão configura insegurança nas pessoas. Não importa se estruturas modernas tenham o corrimão como componente obsoleto ou cafona, ele sempre será necessário, seja num aclive ou seja num declive, a falta dele vai gerar carência em nós.

Sem um exemplo benéfico e, pela busca de amparo, a carência humana cria seus próprios arquétipos de auto-afirmação para seguir pelas escadas da vida.
CORRIMÃO. SE NÃO TÊ-LO, COMO SABÊ-LO?

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Eu traio, tu trai, ele trai, nós traímos, vós traís, eles traem.

Hoje em dia, traição só depõe contra em divórcio litigioso.
A traição se tornou comum e, algo só torna-se comum quando é aceito pela maioria como normal.
A exacerbada quantidade de informações e pressões sociais a que somos submetidos, nos faz seres humanos instáveis e indecisos.
Como a maioria está confusa, assimila o ato de ser traído como expiação pelo próprio sentimento de culpa, pois inconsciente ou conscientemente, o traído também tem dúvidas e se sente propenso a trair.
Id, ego e superego felizes para sempre?
O mediador entre impulsos e consciência parece estar adormecido desde que a batalha entre o ser e o ter foi vencida pelo capitalismo que, coisifica as pessoas e relacionamentos.
Falar mal da traição e lavar roupa suja nesse blog é balela, as causas são mais íntimas e profundas. Sendo assim, roupa suja se lava dentro de casa. Uma casa que posso chamar de você.

Podemos ser tudo o que quisermos, porém, somente o que nos permitem desejar.
Lute contra isso. Lute por você!

Co co comunicação!

A comunicação das empresas está na contra mão.
Ao invés dela ser feita de dentro para fora, está sendo feita de fora pra dentro.
Isso me parece um problema tão claro como a analogia do cultivo da verdadeira beleza, aquela que surge de dentro para fora, como diria um amigo meu: “...um coração amoroso aformozeia o rosto”.

Em alguns casos, acredito ser necessário, contratar uma pessoa/colaboradora motivada e entusiasmada e, não uma com denso currículo sem conseguir aplicar objetivamente o que sabe.

O contato pessoal é o mais importante num processo cativo junto ao cliente.
Digo isso, pois cada pessoa tem uma necessidade especial. Não adianta levá-la até um banco por uma publicidade massiva, se, chegando lá, ela se encontra frustrada por não identificar opções que se adequem realmente a sua realidade.

Confiança e conquista = RELACIONAMENTO duradouro.
Chamar clientes é fácil, mantê-los, é difícil.

Se enganar menos é se iludir menos.
A beleza que fica é a beleza que parte de dentro pra fora e não a que vem de fora pra dentro. Isso vale para as duas partes.

Respeito ao consumidor, o valor agregado que todo cliente quer.