quarta-feira, 30 de junho de 2010

Versículos para quem não é crente


Hoje as frutas são maiores mas os sabores são menores.
Um mal da vida moderna? Antigamente não era assim, nem as frutas, nem a terra, nem as pessoas.
A satisfação a todo custo, vem de uma crueldade mal curada. Uma doença social que rendeu anticorpos para manter viva, Clarice Lispector.
Desde 1942 quando começou a publicar romances, Clarice Lispector se destacou na literatura moderna pela escrita ousada e diferente dos romancistas cabisbaixos da época.
De um enredo, uma métrica diferente, surgiu um estilo delicadamente aborrecido de enxergar realidades cansadas de serem tristes.
Clarice pode ser um espelho d’água, límpido e revoltoso ao mesmo tempo, depende como as pedras são jogadas.

Por trás da doçura peculiar, ela já pintava em preto e branco, o retrato do homem máquina:

A máquina do papai batia tac-tac... tac-tac-tac... O relógio acordou em tin-dlen sem poeira. O silêncio arrastou-se zzzzzz. O guarda-roupa dizia o quê? roupa-roupa-roupa. Não, não. Entre o relógio, a máquina e o silêncio havia uma orelha à escuta, grande, cor-de-rosa e morta. Os três sons estavam ligados pela luz do dia e pelo ranger das folhinhas da árvore que se esfregavam umas nas outras radiantes.

Encostando a testa na vidraça brilhante e fria olhava para o quintal do vizinho, para o grande mundo das galinhas-que-não-sabiam-que-iam-morrer. E podia sentir como se estivesse bem próxima de seu nariz a terra quente, socada, tão cheirosa e seca, onde bem sabia, bem sabia uma ou outra minhoca se espreguiçava antes de ser comida pela galinha que as pessoas iam comer.


Clarice Lispector.

Ela nasceu, viveu, viveu, viveu, viveu...

terça-feira, 29 de junho de 2010

1+2=3 ou 1+1+1= 3


Dias atrás, minha irmãzinha fez aniversário. Ela completou 22 anos, mas pra mim, sempre será a irmãzinha.
Eu tenho tantas lembranças boas da minha infância que, justificam esse meu “parar no tempo”.
Por isso acho questionável quando as pessoas dizem que tudo acaba, que nada é pra sempre. Será que nada é eterno mesmo? Por melhor que seja a situação, o sentimento, será que o ruim tem que prevalecer como um choque de realidade(?): “É minha filha... a vida é cruel”.
É óbvio que minha infância também foi marcada por coisas ruins. Aliás, coisas muito ruins das quais me recordo bem. Passei por coisas desagradáveis, fiz outros passarem.
Todo mundo enfrentará um perrengue de vez em quando, estamos iguais em sermos bons ou falhos. Não somos diferentes, nem melhores, nem piores. Existe apenas um detalhe: a forma como “encarnamos” a situação. Isso mesmo! Um quase processo de aprendizado ou revolta, você escolhe.
Mas neste período de escolha entre o sofrer pra sempre ou ser feliz pelo menos um pouco, cabe toda a humanidade de se ter a certeza de estar fraco e a crença de ser forte.
É preciso chorar, conhecer a dor pra saborear a verdadeira felicidade. Ninguém opta por esconder problemas. Assim não vale, isso é coisa de café com leite. Gente que no fim da brincadeira, sente que passou pela vida sem correr os riscos mais intensos e verdadeiros.
Se indigne, chore, sofra, morra, mas, renasça, cresça... assim como minha irmãzinha cresceu, mudou, virou outra pessoa, com mais qualidades e mais defeitos. E se nós insistimos em nos tratar desta forma, a irmã e a irmãzinha, é porque algo no meio do terremoto ficou em pé, intacto, como um milagre.
A mágica da vida pode estar nisso: no improvável, no amor travestido de respeito e vice-versa, porque as coisas mudam, não é mesmo?!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Quanto custa o que não se faz?

Uma vez um amigo disse que queria comprar uma máquina fotográfica nova, para registrar as peripécias da filha recém-nascida. Como é um daqueles sujeitos metódicos e que sempre quer economizar os últimos centavos, pesquisou em dezenas de lojas – físicas apenas, porque ele é daqueles que não confia em compras pela Internet – comparou marcas, modelos, acessórios, variações, resolução, zoom (ótico e digital), duração da bateria, memória, cartões de expansão (e seus preços), garantias etc.
Quando finalmente elegeu um modelo, sete semanas depois (não estou exagerando!), veio contar vantagem da escolha – como de hábito – aumentando o excelente negócio que fizera. Então eu perguntei: e quanto custaram essas sete semanas de fotos que você não tirou?

Fonte:  http://vocesa.abril.com.br/blog/rodolfo/2010/06/26/quando-custa-o-que-nao-se-faz/

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Gente mal amada!? Ame-se!


Para alguns, Hitler foi apenas um carrasco de povos, o autor do maior genocídio da história.
Os Skinhead nasceram caracterizados pela cultura, música e moda, diferente da deturpação envolvendo raças e credos que veio a gritar a partir da década de 70. Para alguns, eles são apenas exterminadores de gente mal acabada, segundo preceitos duvidosos.
E os pais do Apartheid? Os herdeiros?
Pelo pouco de história que sei, essas são as justificativas relatadas. Pelo pouco de psicologia e sociologia, não é bem assim, tão preto no branco.

Hitler foi um garoto problemático e na juventude se viu fracassado entre suas vontades e as exigências da sociedade.
Os Skinhead agridem porque tem medo da própria fragilidade, da própria pequenez diante de pessoas que saem vitoriosamente de subúrbios, de senzalas históricas.
Esses movimentos que segregam violentamente são estruturados em cima de causas que muitos não enxergam.  

É extremamente comum você mascarar seus fracassos, atribuindo derrota maior ao outro.
“Eu estou mal, mas o outro, está muito pior”.
Existe uma transferência de peso.
O fracassado deriva do fraco. De alguém que não comporta a vitória e não suporta a derrota.

Eu posso ser imoral e criticar a contestável moralidade do outro.
Posso ser infeliz e criticar a felicidade do outro.
Ser mal sucedido e criticar o desempenho do outro.
Hoje a agressividade é velada mas deixa cicatrizes da mesma forma, muitas vezes, mata o outro (por dentro).

Nesse momento eu sinto que existe uma ponte ligando a raiva à pena.
Mas eu não quero isso pra mim, isso não é meu! Deixo pra vida, ela ensina.


Tags relacionadas: humildade; gentileza; amor; auto-conhecimento; perdão.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Por que olho GORDO não sofre discriminação?


Hoje eu constatei que a inveja é uma merda.
Merda maior ainda é tentar ajudar a todos, sem distinção.
Quem recebe ajuda não entende o valor do esforço. Corre-se o risco de brotar mais um folgado da terra. E brota!
Constatei também que muitos desses que a gente sente dozinha, no fundo, são invejosos que se ocupam de buscar a sombra dos outros e por isso, nunca conseguem a própria, nunca tem nada, nunca são nada. Atrapalham a vida alheia. Poxa…! A inveja é uma merda.
Você não precisa ser solidário com todos, ter compaixão de todos. Não, não precisa. Deve existir limite entre bondade e bobagem (respectivos estados dos bons e dos bobos).
Não se sinta culpado, pecador ou egoísta.
Também não perca a cabeça com esse tipo de gente rasa. Eles só sabem fazer isso e você com certeza, sabe fazem várias mais.
Pior que pisar na lama, é deitar nela.
Desculpe minha falta de divindade, hoje, me sobra humanismo ou melhor, humanidade!
Hoje estou pra Racionais Mcs.



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cozinheira solitária


Ontem fiquei algumas horas da noite cozinhando. Tanto que, o jantar saiu às 22h20. Só posso dizer que compensou.
Alguém  passou por mim na cozinha e disse: “e aí, cozinheira solitária?!”.
Sabe que mesmo carregadas de qualquer coisa que eu não compreendo ainda, essas palavras também trouxeram verdade, mesmo que involuntariamente.
Sou sim essa pessoa que tenta transformar coisas em outras coisas.
Que tenta combinar sabores diferentes, discordantes.
Estraga tudo tentando harmonizar X com Y e depois tem que começar tudo outra vez.
Experimenta coisas novas sem pré-conceitos (se abrir para outras opiniões sem abandonar a própria).
Sabe que sal em excesso faz mal e, se controla pra não pesar a mão na busca dum sabor mais acentuado.
Sou essa pessoa que no fundo, no fundo, faz de tudo pra levar bem-estar aos outros por minutos (que seja). Por simples doação ou complexa carência social.
Boa comida, boa bebida, paciência, prazer, vaidade, cumplicidade, doação.
É disso que eu falo e não falo também.
É disso que eu gosto e não gosto também.
De certo arranjei uma forma bonita e discreta de revelar meus anseios mais profundos, bons ou ruins. Mas vale tão a pena. Sabe por quê?
Porque eu amo pimenta, mas essa, cada um coloca no seu prato.
Quem não entendeu, um dia entenderá. Experimente olhar o outro com ternura depois dele prender seu dedo na porta.



terça-feira, 15 de junho de 2010

A lista - O. Montenegro

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sonhos desbotados

O homem de lata que queria um coração.
O leão que buscava ter coragem.
O espantalho que faria tudo por um cérebro.

Foi-se o tempo.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Ser e deixar ser. A mudança sem traumas.

Ser botão é bonito mas, ser rosa... aaah, é lindo demais!
No meio de tantas belezas, realmente a rosa talvez seja a flor que melhor represente o amor, que representa a vida.
De tantas analogias baratas, o ciclo de vida da rosa, do cultivo, dos cuidados que ela exige, justifica a simbologia que ela exerce de décadas em décadas.
 
Sensível no cultivo, impõe temperatuas próprias, manejo cuidadoso e especial, pra florescer estupenda, incansável aos olhos humanos.
Traz consigo a aspereza dos espinhos e o perfume que inebria e faz esquecer as dores de minutos atrás.
Ela é assim, mágica, de beleza simples e pura, irretocável.
Num arranjo, num vaso, de presente, água abaixo de 10 graus, açúcar e pedras de gelo, 5min diários e mesmo assim, ela morre, ela não dura tudo que gostaríamos.
 
O amor nunca morre de morte natural!
Deixai as rosas livres nos campos, como deve ser.
O cuidado maior com o amor é a preservação da liberdade.
  

Olha a Universal aí geeeente

Gente do céu!!!
Essa notícia saiu ontem no Estadão: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100610/not_imp564233,0.php  


Tô passada!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O doce não existe sem o amargo


Agora pela manhã, cheguei na agência e busquei um livro de criação pra espairecer um pouco. Lí o seguinte: "nossa maior vantagem competitiva é ser quem realmente somos - nada pior que tentar ser o que não é". Achei o máximo!
Depois, fui escolher meu lápis do dia (tenho vários [vários mesmo] na minha mesa do escritório) e lí algo que não estava escrito: "eu sou uma pessoa de subjetividades".
Para cada dia um lápis = exercício do desapego.
Não dou meus lápis pra ninguém = contra-exercício do desapego.
Nada pior que tentar ser o que não é. Eu não sou um poço de incertezas, sou um mar de possibilidades!
Bom dia Brasil :) agora são 8h35 e estou na página 12.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Aliviando a barra

http://blogs.estadao.com.br/radar-economico/2010/06/09/oleo-usado-no-mcdonald%E2%80%99s-abastece-caminhoes-em-sp/


Conclusões drásticas - a experiência do amor

Entender de marketing é: saber se desculpar com seus clientes e conseguir o perdão através de atos positivos e a não repetição do erro.
É saber o que os outros estão fazendo e seu cliente também quer e, mesmo assim, oferecer algo complementar, porque ele merece mais, sempre o melhor.
Saber utilizar as ferramentas de marketing é como estar apaixonado. É fazer de experiências, algo inesquecível, até porque, flores morrem e a memória, bom, apenas uma em cada dez pessoas correm risco de desenvolver Alzheimer.

Putaria se escreve com P, de político

Faz um tempo que estava em discussão, a questão legal sobre áreas de desmatamento entre latifundiários, pequenos agricultores e governo.
A área de preservação mínima que já era pequena demais (30m) foi para 7,5m. São locais que precisam ser conservados, próximos a rios, córregos...
Os pequenos agricultores alegavam que já tinham pouco espaço para produzir, para dramaticamente ganhar o pão de cada dia e os grandes latifundiários, não alegavam nada, eles abriam as carteiras.
Às vezes eu penso: que palhaçada é essa? Fala-se tanto em responsabilidade ambiental, no Brasil "pulmão do mundo", de políticas Estatais exemplares, mostradas por empresas do governo... sabe? Tem coisas que não fazem sentido.
Autorizar um absurdo desses é como permitir que a novela das 21h da Globo entre e saia da sua casa como a coisa mais bem-vinda do mundo e tentar explicar pro seu filho de 9 anos que, a Maitê Proença tá mandando bem.
A culpa não é dos agricultores, a culpa não é da Maitê. Louco não é quem propõe, louco é quem aceita.

Eis a magia da liberdade de expressão = o direito do sim e do não em mão dupla.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Brasil ridículo - brasileiros ridicularizados

Meu amigo ingênuo, trago a você uma notícia fresquinha de Nova York: você é um pato. Um marreco no vasto banhado das iniquidades de mercado. E, minha amiga ingênua, lamento dizer, mas você é uma pata. Uma inacreditável gansa no imenso lago das safadezas econômicas. Eu sou pato também. Como toda a minha família e a sua, e nossos amigos e vizinhos. Somos todos patos. Patos absolutos. Quac, quac. Cuém, Cuém.
Eis o ponto: nós pagamos mais caro por tudo nesse país. Por rigorosamente tudo. A começar pelo dinheiro antes de ele chegar na sua carteira. Nominalmente, seu salário é 10. Você coloca no bolso, efetivamente, por volta de 7. Mas seu empregador, se fizer tudo certinho, tira do bolso dele, no mínimo, 18. Ou seja: dos 18 que o empresário dedica ao seu funcionário no Brasil, 11 vão parar nos cofres do governo. Que, como você sabe e a história desse país nos mostra, ou desvia esses recursos ou os gasta muito mal, com uma taxa pífia de eficiência. Nós vivemos num lugar do planeta que se especializou em ter governantes, em todos os níveis, que são a um só tempo extremamente espertos e muitíssimo pouco inteligentes.
Confira comigo. O dólar está valendo quase o dobro do real. Então, de cara, só pela diferença cambial, um produto que custa 20 dinheiros locais de lá custaria efetivamente o dobro do que o mesmo produto que custa 20 dinheiros locais daqui. Só que, em tudo, conseguimos custar o dobro (na melhor das hipóteses!), mesmo com uma moeda que vale a metade. Pense em eletrônicos. Você compra por 500 dólares lá um notebook que custa 2 500 reais aqui. Pense em comida. Ninguém paga mais do que 15 dólares por uma pizza (gigante) nos Estados Unidos. Nós pagamos 50 reais por uma pizza (apenas grande) em São Paulo. Pense em roupas. Uma boa calça custa 100 dólares em Nova York. Num bom shopping aqui no Brasil, você não gastará menos de 300 reais na mesma pantalona. Pense em carros. Você compra um Audi ou uma BMW por lá em prestações fixas de 399 dólares – por volta de 600 reais ao mês. Aqui, você tem que desembolsar – à vista! – 150 000 reais se quiser merecer um cafezinho aguado na concessionária. E a lista não pára. Bens de consumo, bens duráveis, bens in natura, bens industrializados, bens nacionais, bens importados. Tudo por aqui é mais caro. E não vou nem levar essa comparação para a Argentina, porque aí o cenário é de causar uma revolta popular imediata aqui no Brasil. Em Buenos Aires, uma cidade com povo muito mais bem instruído e melhor alimentado do que a média dos brasileiros, tudo está custando assombrosamente quatro vezes menos do que aqui.

Como resultado, os salários americanos são muitas vezes menores do que os nossos, comparativamente. E o sujeito vive absolutamente melhor por lá do que o seu par por aqui. O salário de entrada no mundo corporativo americano varia entre 3 000 e 4 000 dólares mensais. Ganhar 60 000 dólares por ano, antes dos 30 anos, já é coisa para MBAs. Aqui no Brasil, para você ter o mesmo padrão de vida de um americano que ganha 5 000 dólares por mês você precisa ganhar 15 000 reais. Inclusive porque, além do assalto na fonte, você ainda tem que pagar por tudo o que o poder público não lhe provê: ensino particular, plano de saúde particular, plano de previdência particular, serviços de segurança particulares, serviços de transporte particulares etc. Mas isso já virou clichê. E não é desse clichê que estou falando. Estou falando da covardia que lhe é impetrada por aqui toda vez que você vai às compras – o que também já está virando clichê e deixando de nos indignar, infelizmente.
Quer que um americano ou um europeu morra de rir da minha cara? Conte para ele que ontem eu paguei 18 reais – mais ou menos 10 dólares – por 1h30 num estacionamento qualquer da zona oeste de São Paulo. Nem em Manhattan, nem no centro de Paris, nem em downtown London, meu amigo gansolina e minha amiga patachoca. Quac. Cuém.

terça-feira, 8 de junho de 2010 - 8:26 (Revista Exame)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Não é nada disso


São apenas borboletas, vaga-lumes e cigarras

Eu jamais achei que algo pisoteado de forma brutal, pudesse ressurgir mais belo ainda.
Até a dor, o sofrimento, se torna especial quando adentra num ser iluminado.
Iluminado porque consegue extrair naturalmente o que restou de cada pedra gigantesca que talvez, um dia, quem sabe, venha a se tornar um pequenino diamante, eterno.
Eu passo os dias sem encontrar tristeza naquelas lágrimas que choram esperança. É como ver o mar de ressaca e mesmo assim, se espantar apenas com a beleza daquela brutalidade musical que descansa na infinita mansidão de dias e dias ensolarados.
Eu jamais saberia traduzir o pedacinho de vida que transpassa o indispensável para existir. O óbvio desenganado não faz parte daqueles que amam o espírito antes do corpo, das vestes, dos motivos, das realidades breves.
Os lábios desejados são os lábios que encantam, que proseiam saudades, mas que sabem de nada mas insistem em tentar pelo fascínio lógico de ser humano.
Como seria o beijo dessa alma? Intenso ao ponto de se perder dos propósitos antropológicos, filosóficos e sociológicos? Seria um mistério. Medo, vertigem e gozo e infinito.
Olhe pra ela e diga que estou errada?!
Lindas atitudes que me fazem pensar cada vez mais que no fundo, não importa o que os outros façam, importa o que você faz.
Eu continuo encantada pela vida. Todo dia, um pouco mais. Sem querer, querendo.


quarta-feira, 2 de junho de 2010

O sentido em não fazer sentido


Parece que às pessoas, é mais importante ter um amigo 100% simpático que um amigo 100% bem intencionado.
Quando vamos a uma loja, também damos mais valor ao atendimento pessoal que à qualidade do produto em si, tanto que muitas vezes repetimos “nunca mais eu volto nessa loja (da Victoria Secrets) porque o atendimento é péssimo”. Péssimo pode significar muitas coisas que não: algo realmente péssimo.
Neste domingo li uma reportagem na Folha de São Paulo que mostrava uma pesquisa apontando o candidato à presidência, José Serra como o mais experiente e a candidata Dilma, como a mais simpática (confesso que fiquei chocada) na opinião dos eleitores.
Como Dilma está com a maior intenção de votos, supõe-se que nossa história se repete, como um DNA. Saber como dizer é mais importante do que saber o que dizer.
Mesmo com tantas incompreensões e incertezas do que esperamos e do que somos não importa o que os outros façam, importa o que VOCÊ faz.
O outro, não é nosso o julgar. A nós, a responsabilidade é a liberdade, a herança. Uma saudade, um dever cumprido.
Melhor um texto desconexo que eu, sem nexo.
Eis o fim das coisas = o começo.
Eu fui.