segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Oprah é Oprah

         Existe uma dicotomia sobre o tema individualidade.
         Ao mesmo tempo que, as pessoas estão cada vez mais cientes de seus direitos e possibilidades, elas assumem por vontade o batalhão de frente de causas alheias.
         Não? Pense comigo!
         Todo mundo tá no Twitter, fala o que pensa, vai ao Procon, dorme e acorda dentro da diversidade urbana e mesmo assim, temos momentos escravagistas no dia a dia. Um exemplo: a moda nos escraviza! Temos noção da nossa essência e valor singular mas,  precisamos sentir o pertencimento nas mãos e afastar o fantasma da exclusão “social”.
         No fim das contas, existe um padrão pra tudo. Uma guia. Mas quem disse que esta guia leva ao lugar certo? Salvo o avanço da tecnologia e da medicina, o perfume do mundo está ficando cada vez mais barato.
         Hoje eu conheci melhor a apresentadora Oprah, sua história e os porquês que a diferenciam da massa de jornalistas. Ela descobriu que seguir o padrão não era o melhor que poderia fazer. Ela age de forma diferente, ela busca na celebridade, a pessoa e descobre o que verdadeiramente surpreende e causa carisma nos outros: o que não se vê. Não pela curiosidade mórbida do outro! Ver que alguém pode ter “sucesso” sendo quem é, conforta o espírito e isso, a Oprah recebe por tabela de todos os seus seguidores.
        
           

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Simplificador

Um colega meu, participou duma oficina cultural que apoia jovens carentes aqui em Maringá, com propósito de retirá-los da marginalidade. Contando um pouco sobre o projeto e sobre essas pessoas assistidas, chegamos à conclusão que na maioria das vezes a gente reclama da vida sem saber o que é um grande problema, uma tristeza profunda.
                A liberdade que temos de ir e vir é a maior alegria frente a qualquer problema. Podemos nos divertir, sair e voltar quando quisermos, podemos estudar e dizer o que pensamos sem sermos massacrados por regimes totalitários, por exemplo.
                Mas hoje um vizinho me surpreendeu! Pediu pra eu tomar muito cuidado ao voltar pra casa à noite porque muitos “vagabundos” estavam rondando o bairro. Aí lembrei da minha mãe, toda preocupada com medo de assalto e que pediu pra eu levar meus eletrônicos pra São Paulo, quando fosse passar as férias de fim de ano.
                Quer dizer que é verdade mesmo que só o dinheiro compra a liberdade?
                Terei que colocar um alarme pra viajar?
                Pagar um vigia pra cuidar da casa?
                Todo regime político é uma força opressora?
                Na cartilha do capitalismo, onde existe liberdade pra tudo, se você não tem poder financeiro, você na verdade, não tem nada de livre. Você se torna apenas uma vítima velada do sistema, onde ter para ser, vitima os menos favorecidos por governos que pouco se importam com a qualidade da educação do povão. Daí pra frente a gente sabe que tudo pode acontecer, inclusive, mais um capítulo na história lida pelos países desenvolvidos que veem o Brasil como uma selva de canibais.
                Pensar que o socialismo seria diferente é tão utópico...
                O socialismo é o lobo em pele de cordeiro. Ler um pouco sobre a história de nações regidas por essa política nos faz entender que realmente, nem só de pão vive o homem.
                Melhor mesmo é seguir o conselho da minha irmã mais velha: vamos aproveitar do dia, o que ele tem de bom. Nada de poupar o dinheiro do chopp, do passeio, na esperança de ficar rica daqui 20 anos e começar a gastar isso depois de velha. Enquanto uns esperam pra gastar em abundância, vou optar em simples doses diárias pra não me deixar oprimir pelo sistema, não rebaixando minha maior qualidade que é ser livre pra experimentar, viver a parte justa que me cabe (o resto é injustiça social?).
                 Simplifique – os problemas.


                

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Nos barracos da cidade

          Se a gente está no paraíso ou no precipício, não importa. Tem dias que a gente se sente um lixo. Traduzindo pra linguagem universal: “Tem dias que a gente se sente, como quem partiu ou morreu...”.
          Aquele livro “Um dia de cão” também retrata de uma forma bonitinha esses momentos Maysa do ser humano.
          Algumas vezes não sabemos de onde nasce essa sensação, várias vezes não sabemos porque ela vem e inúmeras vezes, não sabemos porque a dor permanece.
          A complexidade da nossa mente me cala. Só sei que um desconforto emocional pode vir de uma fobia, que nada mais é que a repetição de um comportamento aprendido na infância, de forma distorcida. O transtorno obsessivo compulsivo talvez seja o mais alarmante. É o que nos aprisiona em momentos doentios por medos inconscientes, mas aí, já é papo pra quem entende. Eu faço aqui um desabafo, de quem mal consegue lidar com os próprios problemas e ainda tem que lidar com o problema dos outros, como a inveja.
          De fato, a inveja é uma merda!
          Pode ser mesmo que nossas atitudes influenciem o comportamento do coleguinha. Pode ser carma, pode ser uma provação, um aprendizado, pode ser tanta coisa né?
          Em resumo, a receita da felicidade constante (mais fácil que encontrei) é virar corinthiana.
          Ser corinthiano é ser um trauma do avesso, é sentir alegrias inexplicáveis.
          Brincadeira meus amigos amantes do “timão” (oi?), foi só pra descontrair. 

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A geração avatar

Por Cristiane M. Rego



Abram alas que lá vem ela, a geração avatar.
Não sabe quem é? Pois então vamos lá.
Ela não tem cara, tem nickname.
Não tem sobrenome, tem arroba.
Vida ao vivo? Só do meu smartphone, em tempo real.
A cada segundo, ou melhor, tweet, começa o show da geração que se priva de viver, mas vive para expor o privado, a vida que “avatariza” ter.
A geração avatar, vem de um reino paralelo. Colorido, compulsivo, instantâneo, hora deprimido, hora esfuziante, mas ainda assim, um reino de faz-de-conta.
O faz de conta que sou de verdade, faz de conta que sou hype, faz de conta que sou o mais informado, o descolado, faz de conta que minha vida é imperdível. “Me siga!”
Aliás, antes do surgimento desse reino, as pessoas tinham sobrenome. Obsoleto pra você? Pois é, mas elas tinham! Acredita que já houve um tempo em que arroba era apenas uma medida? Bom, deixa para lá.
Professor também tinha sobrenome, e o mestre, esse ser pertencente à geração que lia - não, não me refiro aos tweets - certa vez tascou um tema no ar... Gandhi. Eis que soa em um canto qualquer da sala: “Queeeeeem?” Ah, mas tudo bem, o que me importa? Eu “sigo” @ Sandy!
Na geração avatar não existe ninguém feio.
Na geração avatar damos  unfollow e pronto! Desapareço com o que me desgasta. Afinal, a geração avatar não tem problemas, está mais preocupada com os TT’s e os comenta com hashtags.
A geração avatar não faz amigos, ela aderiu ao FF’s.
A geração avatar não se inspira, dá RT’s.
Na geração avatar não existe brincadeira de mau gosto, existe “viral”. Ah, mas viral é engraçado, afinal, também foi para isso que parcelei meu celular com câmera.
Divagaria muito mais sobre essa geração, mas fica para a próxima, agora não posso,  minha internet está “baleiando”.
  

Nota de rodapé:
 Avatarizar” – termo cunhado por mim, para designar um mundo/cotidiano inventado. A máscara usada para me fazer “digerível” e interessante na internet. Usado geralmente por indivíduos que parecem descontentes com seu “eu” real e portanto,  se recriam como personagens no mundo virtual, daí o motivo do termo, oriundo de avatar.
“baleiar” – verbo criado a partir das sucessivas vezes em que o Twitter saía do ar e no lugar aparecia a imagem de uma baleia. Sinônimo aproximado de “sair do ar”.