domingo, 4 de março de 2012

Salvem a professorinha



    Toda cultura de massa esconde um perigo que é a supervalorização “de”.
                Por toda parte os povos são formados por culturas e contraculturas, que é o desenho saudável da coisa.
                Os hábitos culturais se formam naturalmente com o tempo ou pela repetição sucessiva proposital do que se quer valorizar.

- Nós temos exemplos atuais na música brasileira: por pior que seja a dupla sertaneja, a mídia transforma aquilo no maior espetáculo da face da terra, sem cessar;

- Retomando a história: o Nazismo se utilizou da repetição de mentiras e mentiras para transformar em cultura uma ideia bizarra.

                Quanto mais frágil a contracultura ou a criticidade das pessoas (capacidade de análise por vários ângulos), mais frágeis as sociedades.




                Um exemplo de menores proporções de como isso pode ser devastador, é o Facebook.
                Existe um fenômeno que podemos apelidar de webnotização. Antes o Facebook era uma rede de relacionamentos e troca de informações até que relevantes. Hoje, aquilo tá virando um negócio bestial, onde os conteúdos mais irrelevantes da face da terra são compartilhados, como numa corrente que só aumenta. Hipnotizadas, as pessoas vão passando aquilo pra frente, repetidamente, trazendo pra si o sentimento de pertencer.

                O mais importante é entender que precisamos ser sempre a favor de todas as culturas, inclusive da contracultura. Pois só assim, vivemos o bom da cultura de massa e devolvemos a parte ruim e não nos tornamos vítimas da indústria cultural.    
          
                Também por isso a filosofia prega que a liberdade é o bem mais precioso que pode existir e o mais árduo a se conquistar.    
               
                

sexta-feira, 2 de março de 2012

Agradar a todo mundo, nem Jesus descendo da cruz


Eu gosto duma banda brega, estilo brega e que toca música brega, chamada Banda Uó! Gosto por “n” motivos que não, pela qualidade da música.





            Ontem, uma amiga mais intelectualizada escutou o som pela primeira vez e entrou em choque (não sei se comigo ou com o que ouviu). Disse que aquilo era um lixo orgânico.
            Ela estava certa! A música em si é um lixo e por isso se chama Banda Uó!

            Significado de Uó: esta expressão começou no final dos anos setenta no gueto gay quando se usava "é o ó do penacho" ou seja o fim, pois a letra "o" se encontra no fim da palavra. Então tudo que não prestava, uma merda, se dizia “é o ó do penacho”! Depois foi se abreviando e hoje todos dizem “uó”.


Mas o que me agrada nessa banda é que eles são uma manifestação artística/cultural autêntica do começo ao fim. Mantém os figurinos bregas, as letras das músicas rompem a barreira do politicamente correto (a arte serve pra isso) e as batidas trazem um “q” modernéte. 
Então quem quiser me xingar fique à vontade, porque a Banda Uó me fascina, sim! Esse negócio de alguém saber reconhecer quando faz merda hipnotiza a gente, principalmente nesse mundo onde só encontramos gênios e celebridades por toda parte.


Ganharam meu respeito.