quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Vale a pena ler

Trecho de entrevista com Niklas Frank, filho de um carrasco nazista.

É verdade que o senhor, como criança, se divertiu num campo de concentração sem ter noção de onde estava?


“É verdade. Fui com meu irmão, em companhia de nossa babá, para um pequeno campo, ligado a um grande campo de concentração. O oficial que estava no comando do campo obrigava uma pobre criatura, um homem magro, a montar num burrico. Em segundos, o homem caía de cima do animal. Eu ficava rindo o tempo todo! Porque, para uma criança como eu, era engraçado ver adultos jogados de cima de um burrico. Eu tinha quatro, cinco anos de idade.
Depois, ganhávamos chocolate para comer. O dia era maravilhoso. Somente depois é que descobri que aquilo era uma crueldade. Os adultos que o comandante tinha obrigado a subir no animal estavam quase mortos de fome. Eram judeus. Aquilo era um tipo de humor alemão”.


Até que ponto nós podemos enxergar alguém como inexoravelmente culpado?

São tantos pontos a serem analisados que a imprecisão é certa.
A criação familiar, principalmente na primeira infância, nos molda de forma drástica.
Depois crescemos e o meio social, a mídia também nos pressiona a adotar comportamentos padronizados (e nem sempre bons).
Até a igreja que, historicamente deveria apoiar o ser (e não o ter), tem iluminado ideias Marxistas, enquanto Jesus se torna um mero coadjuvante.
Dentro desse círculo vicioso, muitas reações se manifestam, objetivas ou subjetivas, de gente querendo entrar na roda e de gente querendo sair também. De gente gritando em silêncio e dum funk gritando uma marcha nupcial.
Aquele menino assistindo ao horror do campo de concentração, ria de algo que hoje, atormenta sua vida. A culpa não foi dele, pela inocência, pela influência, mas ele se lembra de cada rosto que viu cair do burrico e isso, lhe dá tristeza.
Aquela criança cresceu, encontrou valores e sua essência a partir da dor.
Hoje, estamos voltando a ser crianças para as responsabilidades e adultos para as liberdades.
Aí eu te pergunto novamente e com clareza: até que ponto uma criança pode ser culpada?
Crianças só precisam de exemplos!
Como diz a Ligia, tome pra sí a postura que você gostaria de ver no outro.
Existencialismo sim, indiferença não.

Nenhum comentário: