terça-feira, 10 de julho de 2012

Futebol: o jogo do milhão


Hoje de manhã, vi um post no facebook e achei fantástico, resolvi escrever sobre, devido à indignação que percebi nas pessoas que comentavam. O post falava da discrepância entre os salários de algumas atividades importantes comparadas com salários de pessoas que não faz muita coisa para o bem estar físico, mental e intelectual da humanidade, em resumo criticava um jogador de futebol e deputados que ganham muito para fazer quase nada. 
É por isso que não assisto a futebol, e nem compro marcas que patrocinam isso, essa história de que o esporte ajuda à pessoa seguir o caminho do bem já era, afinal, não é isso que ando lendo nas páginas policiais. Ao contrário, li algumas coisas sobre; jogador envolvido com tráfico, assassinatos, orgias, dependência química, dirigindo bêbados. Enfim, acho um absurdo esse estereótipo de que o esporte incentiva o bem, a pessoa sair da favela e ir para o estrelato. 1) Primeiro; não é todo mundo que consegue fama, aquele que não consegue muitas vezes será um jogador frustrado e vai buscar outros meios para conseguir dinheiro e status. 2) Segundo; muitos dos que conseguem se deslumbram com a fama e o sucesso e esquece os princípios para se viver bem em sociedade as “etiquetas” e as “regras sociais”, dificilmente, quando cometerem um conflito com a Lei serão punidos, no máximo pagarão multas ou serviços comunitários etc. Tem que ser dito, é que o que realmente muda o caminho do indivíduo, que está à beira da pobreza, com fome, e na “porta” de entrada do tráfico e criminalidade é educação, trabalho, e condições para que mantenha sua dignidade.
Se você não se importa com isso, ou tem uma opinião diferente e acha que os jogadores fazem muita coisa para ganharem tanto dinheiro e que eles lutam e corre atrás e que realmente merecem estar onde estão, então ótimo! Acho válida essa opinião, bem como aquela opinião de que o esporte é um entretenimento da família brasileira, tipo aquela antiga história do “pão e circo”, mas não venha reclamar dessa desigualdade entre salários e status, nem criticar o quanto de milhões e milhões estão sendo gastos com a Copa do Mundo, enquanto quase nada é feito para a educação, saúde, moradia, que são direitos básicos e necessários garantidos pela nossa Constituição.
Mas, para vocês que ficam indignados com esses "humildes" salários, parem de gastar horrores com viagens para ver clube jogar, parem de pagar canal de jogos, parem de comprar uniformes de times, parem de comprar rojões para festejar títulos dos quais você só ajuda a pagar e não se beneficia deles, parem de se reunir em bares em dias de jogos para tomar aquela cervejinha (ela está patrocinando tudo isso) se diminuir o Ibope que são dados a eles, talvez o salário diminua, duvido qual patrocinador que irá por sua "marca" estampada em algo que não é tão visto, tão assistido e comentado. Todos sabem a sedução da mídia, as artimanhas do capitalismo, a cada flash da marca estampada na camiseta de um jogador fica guardado em nosso inconsciente, favorecendo o consumo dessas marcas, e é aí que o clube ganha, e repassa para seus jogadores. Fora os comerciais de TV que usam imagem desses jogadores tão assistidos e comentados para vender mais e mais, seduzindo o consumidor a comprar mesmo sem ter condições.
Se as coisas fossem diferentes e quiséssemos assistir a uma competição da Olimpíada Brasileira de Matemática, com certeza, várias empresas adorariam patrocinar os alunos e as escolas. Não sei se todos ficaram sabendo, a luta que foi para uma professora conseguir que seus alunos participassem de um encontro de ciências fora do país, bem na verdade eles precisavam apenas do dinheiro para passagem, hospedagem e alimentação.
E aí se perguntam, sim, mas o esporte pelo menos é uma “paixão nacional” e os deputados então? Pessoal! Vamos nos lembrar do espetáculo que é a copa do mundo? Vamos refletir o que acontece dois meses após a copa do mundo? Eleições! Na minha humilde opinião, acho que algo está errado, o brasileiro tem o hábito de assistir a futebol, pesquisa sobre seu clube, grita, ofende amigos e familiares, alguns até matam em nome do esporte, claro que são poucos perto do número de fanáticos por futebol, mas isso acontece. Mas não tem o hábito de pesquisar quem serão os governantes, responsáveis pelo nosso dinheiro e pelo futuro do país. Na verdade acho que estamos sendo “educados” para isso, para ser ignorante para coisas sérias e sermos sérios com coisas irrelevantes.




Raquel Borges de Lemos

quarta-feira, 11 de abril de 2012

À segunda vista


“Então é isso?”, eu me perguntava, angustiada. Trabalhar, pagar contas, cumprir tarefas da rotina, torcer para ser promovida e ser chefe aos 40. É só isso?
Fui ficando triste. Achava que as coisas seriam diferentes. A vida não era ruim – tinha um bom trabalho, amor, amigos, saúde. Mas (e desculpe se soa mimado) não era aquilo que eu esperava. E me sentia perdida. Devia voltar para a faculdade? Viajar? Mudar de emprego?
Primeiro, tentei transformar as pequenas coisas: cortei o cabelo, troquei os móveis de lugar, fiz dança de salão. Conversei com muita gente. Li livros. Fui a um psiquiatra e a um psicólogo, fiz acupuntura, tomei antidepressivos, meu avô me benzeu. Não sabia de onde vinha a insatisfação, nem o que poderia fazer curá-la.
“Faça o que você ama” foi o conselho que mais recebi. Eu deveria encontrar minha maior paixão e investir nela. Só assim eu preencheria o vazio que me tomava.
Por um tempo acreditei nisso. E revirei minha vida procurando o que poderia ser essa paixão avassaladora. Gostar, eu gostava de muitas atividades. Mas, do jeito que as pessoas falavam, parecia que eu devia procurar outra coisa, que me atingiria como um raio e mudaria tudo.
Demorou para entender que eu não tinha que fazer o que amava. Tinha é que aprender a amar o que eu fazia.
A vida adulta é mesmo diferente do que imaginamos antes de chegar a ela. Tem muito mais obrigações para dar conta, e muito menos momentos espontâneos. De dez vontades que temos, com sorte dá para realizar um par delas – as outras ficam guardadas para quando der. De dez ideias geniais, terá sido sucesso se uma der certo.
Percebi que o que me faltava não era paixão, mas humildade. Eu não era tão especial assim. Nada seria só do meu jeito, no meu tempo. Precisava negociar e ceder, porque essa é a única maneira de fazer as coisas acontecer.
Sempre faltariam horas, sempre faltaria dinheiro. Era preciso aceitar que “bom” às vezes é o mais perto que chegaria da perfeição. Que ninguém faz só o que gosta. Que o mundo é injusto. E que é preciso fazer o que tem que ser feito – a única escolha é se será com boa ou má vontade.
Isso não torna a vida necessariamente triste – desde que a gente aprenda a amar o que tem a fazer. Como? Talvez lembrar o porquê ajude. Trabalho para dar conforto à minha família. Parei de fumar para ter filhos e vê-los crescer. Cozinho o jantar e faço a lição de casa com a minha filha todo santo dia porque quero que ela sinta que me importo. Escovo os dentes para evitar ir ao dentista.
Sendo muito sincera, há vários dias em que eu preferiria não fazer nada disso. Bem queria poder dizer que tudo o que faço é porque adoro demais. Não é. Mas aprendi a amar minhas responsabilidades para cumpri-las sem que me pesem. E, sabendo o porquê de fazer, me senti novamente preenchida de sentido e tranquilidade.
Essa crise me ensinou que a maior motivação da vida não é a paixão. É o dever. Bem menos romântica – não dá pra dizer “ah, eu nasci pra isso!” lavando louça. Mas nem por isso ela é menos recompensadora. Esse senso de realização imprescindível à felicidade – de que somos importantes e úteis, de que fazemos diferença, de que as pessoas contam conosco – nasce não (só) de feitos mirabolantes, mas das pequenas tarefas de cada dia. Que podem não despertar amor à primeira vista. Mas cuja soma dos resultados é o que nos faz amar a nossa própria vida.


Texto de Roberta Faria, editora-chefe da revista Sorria
www.revistasorria.com.br 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Tanta história


Vivi a grande parte da minha vida em uma chácara que beirava a cidade, foi uma infância feliz.
E até hoje em alguns sonhos que se misturam a coisas atuais e passadas eles sempre acontecem naquele lugar, mais propriamente entre a minha casa e a da vó. 
Era uma chácara muito bonita com uma jaqueira frondosa que causava medo. Em dias de chuvas fortes parecia que iria cair em cima da casa da vó, mas tinha uma sombra amiga em dias quentes, onde eu e meus primos mais quantos amigos quiséssemos podiam brincar, e por aqui quase o ano todo é muito quente.
Eram duas casas em 1 alqueire talvez de espaço, fui muito feliz.
E por ter sido tão feliz , tenho muita saudade daquele lugar, que semana passada descobri não existir mais. Então notei como é estranho nos adaptarmos às mudanças, aos ciclos da vida e o tempo que tudo transforma, amadurece e às vezes apodrece.
Mudamos, minha vó faleceu , vendemos a chácara.  Alguém comprou  e virou um loteamento e agora já tem casas sendo construídas e até mesmo algumas pessoas morando em suas casas novinhas, tudo muito bonito. Famílias sendo constituídas.
Mas não para mim ainda que vi a casinha da minha vó e a minha ainda alugadas sei lá por quem em ruínas pelo tempo e a visão bonita que tinha não era exatamente aquela, parece bobo mas foi chocante.
Confesso, me emocionei, prefiro guardar as lembranças que ainda mantenho, passar por lá vai me causar um pouco de desconforto, esse desconforto da mudança meio que inevitável.
E aquilo tudo que fazia parte da minha história e do meu passado agora vai fazer parte da história e do passado de muita gente. 
Pensando bem  aquele lugar que me fez tão feliz vai servir pra muita gente ser feliz também.
Mas tenho pra mim que foi por lá que enterraram meu umbigo.

Desapegar é uma arte dos evoluídos.


Este texto é da minha grande amiga Inajara Conterato
@inahconterato

Obrigada Inah! 

domingo, 1 de abril de 2012

Desligue seu Iphone e registre suas canções

"Ao mesmo tempo em que nos preocupamos com o que a sociedade pensa, não nos preocupamos com a sociedade."


Visitar São Paulo continua sendo um choque pra quem não atravessa diariamente aquela multidão de moradores de rua. Esse é o outro lado da metrópole que encanta.
Cada morador de rua tem a sua história, o seu porquê. É só parar 10 minutos pra ouvir.
Na maioria das histórias sobram culpados e vilões, mas faltam herois.
Ver que o Brasil está bem na fita pela melhora no desenvolvimento econômico, é legal, mas nosso índice de desenvolvimento humano continua bêbado.
Eu sei que ter um Iphone me faz muito mais atraente que ter um blog.
Tá! Iphone não é passagem pro inferno. Exemplo disso são os americanos: 


compram de tudo, mas vá falar mal de um americano pros próprios!? Seja do Texas, da Califórnia, de onde for... existe o valor de olhar sobre o outro - construído com muita educação, claro.


Nos preocupamos tanto com o que os outros vão pensar, mas não nos preocupamos se os nordestinos - os outros - lá em São Paulo morrem de fome.


O brasileiro afetuoso é o mito mais xôxo, mais desapaixonado que já existiu.



domingo, 4 de março de 2012

Salvem a professorinha



    Toda cultura de massa esconde um perigo que é a supervalorização “de”.
                Por toda parte os povos são formados por culturas e contraculturas, que é o desenho saudável da coisa.
                Os hábitos culturais se formam naturalmente com o tempo ou pela repetição sucessiva proposital do que se quer valorizar.

- Nós temos exemplos atuais na música brasileira: por pior que seja a dupla sertaneja, a mídia transforma aquilo no maior espetáculo da face da terra, sem cessar;

- Retomando a história: o Nazismo se utilizou da repetição de mentiras e mentiras para transformar em cultura uma ideia bizarra.

                Quanto mais frágil a contracultura ou a criticidade das pessoas (capacidade de análise por vários ângulos), mais frágeis as sociedades.




                Um exemplo de menores proporções de como isso pode ser devastador, é o Facebook.
                Existe um fenômeno que podemos apelidar de webnotização. Antes o Facebook era uma rede de relacionamentos e troca de informações até que relevantes. Hoje, aquilo tá virando um negócio bestial, onde os conteúdos mais irrelevantes da face da terra são compartilhados, como numa corrente que só aumenta. Hipnotizadas, as pessoas vão passando aquilo pra frente, repetidamente, trazendo pra si o sentimento de pertencer.

                O mais importante é entender que precisamos ser sempre a favor de todas as culturas, inclusive da contracultura. Pois só assim, vivemos o bom da cultura de massa e devolvemos a parte ruim e não nos tornamos vítimas da indústria cultural.    
          
                Também por isso a filosofia prega que a liberdade é o bem mais precioso que pode existir e o mais árduo a se conquistar.    
               
                

sexta-feira, 2 de março de 2012

Agradar a todo mundo, nem Jesus descendo da cruz


Eu gosto duma banda brega, estilo brega e que toca música brega, chamada Banda Uó! Gosto por “n” motivos que não, pela qualidade da música.





            Ontem, uma amiga mais intelectualizada escutou o som pela primeira vez e entrou em choque (não sei se comigo ou com o que ouviu). Disse que aquilo era um lixo orgânico.
            Ela estava certa! A música em si é um lixo e por isso se chama Banda Uó!

            Significado de Uó: esta expressão começou no final dos anos setenta no gueto gay quando se usava "é o ó do penacho" ou seja o fim, pois a letra "o" se encontra no fim da palavra. Então tudo que não prestava, uma merda, se dizia “é o ó do penacho”! Depois foi se abreviando e hoje todos dizem “uó”.


Mas o que me agrada nessa banda é que eles são uma manifestação artística/cultural autêntica do começo ao fim. Mantém os figurinos bregas, as letras das músicas rompem a barreira do politicamente correto (a arte serve pra isso) e as batidas trazem um “q” modernéte. 
Então quem quiser me xingar fique à vontade, porque a Banda Uó me fascina, sim! Esse negócio de alguém saber reconhecer quando faz merda hipnotiza a gente, principalmente nesse mundo onde só encontramos gênios e celebridades por toda parte.


Ganharam meu respeito.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A dignidade foi parar no lixo?

Olha, não sou de "dar dicas" pros outros porque não sou referência de nada, segundo a sociedade mas, ousarei agora!


Assistam o documentário Lixo Extraordinário.


Talvez você já tenha visto porque é um trabalho do Vik Muniz, lá de 2010. Mas o que chama a atenção é a proposta atemporal, mesmo se tratando de uma história real.


Lixo Extraordinário não expõe com sensacionalismo a vida sofrida do catador de lixo. O documentário RETRATA a riqueza do pobre e a pobreza do "rico".
Aquela gente humilde do aterro de Gramacho/RJ foi posta em contato com a esfera cultural das artes plásticas, da fotografia e confesso que chorei em ver/sentir tanta alegria pulsando naqueles quadros, naquelas imagens nascidas do lixo, do inutilizável (pra tanta gente).




Depois desta experiência alguns voltaram pro lixão, outros não.


O desprezo da sociedade por esses catadores fez com que pensassem no lixo como o fim, não o começo ou o meio.
Esse classismo aristocrático do brasileiro é o nome mais bonito da síndrome de vira-lata.
Já deu tempo de todo mundo fazer terapia e se livrar do trauma da colonização portuguesa, de parar de achar que comprar um carro pelo dobro do preço real te faz melhor na pirâmide social mesmo sendo burro(a).


Se nós tivéssemos metade da energia boa daqueles catadores, exigiríamos mais de quem nos deve e tiraríamos menos de quem não tem.


Alô polícia!? Polícia pode viiiir! (Coooorre negada de Brasília)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Me engana que eu gosto

                Hoje é dia 4 de dezembro de 2011. Dia em que o Corinthians foi campeão brasileiro e dia em que muitos brasileiros mostraram o quanto não são cidadãos.
                É engraçado você ver tanta gente comemorando o título de um time comandado por pessoas de índoles duvidosas, pra não falar outra coisa.
                A diretoria do Corinthians faz parte de conchavos desonestos que envolvem puramente os interesses financeiros dos dirigentes e de alguns “parceiros”.
                Coisas desse tipo não são mostradas na Rede Globo, por exemplo, pois existe um jogo de interesses velado. Mas se você tiver interesse, pode acessar o blog do Paulinho e ler um pouco sobre isso.
                A construção do estádio do Corinthians é marca mais explícita das inúmeras barbaridades feitas pela diretoria do clube. Essa verba estratosférica de quase 1 bilhão de reais, significa que muito deixará de ser destinado à saúde pública e ao ensino.         
                Alguém vê motivo pra comemorar em ser roubado? Enganado?
                O brasileiro sempre viveu numa educação de cabresto e numa total falta de cidadania.
                Aí fica nessas de comer bosta e achar que tá tudo bem.
                É um negócio de paixão mesmo, de cegueira, esse lance de ser torcedor fanático.
                E hoje também, o dr. Sócrates morreu. Um ícone do Corinthians.
                Não vi homenagens, tampouco resignação pela data. Vi um monte de bêbados gritando pelas ruas.
                Não se trata de despeito são paulino, é algo que vai muito além de 22 homens correndo atrás duma bola e o que eles podem causar em 45 minutos.

domingo, 27 de novembro de 2011

Também é importante que não amemos


Quando a gente sai na noite, vai prum bar, encontramos tudo quanto é tipo de figura. Mas independente do estilo, existe uma constante: as mulheres sempre precisam estar lyndas e phynas enquanto seus namorados, nem sempre cumprem o mínimo requisito de apresentação social.
            O que isso significa?
            Aquele velho machismo continua aí, firme e forte.
            Mesmo com essa independência feminina que tirou a mulher da submissão de séculos e séculos amém, parece que elas ainda precisam utilizar os mesmos artifícios de femme fatale para não ficar sem um homem.
            Antigamente as mulheres eram treinadas para ser ultra femininas, porque esse era o papel dela: agradar o homem e fim. Hoje, elas se esforçam pra simplesmente serem olhadas na multidão de progesterona e estrogênio envolvida na saga “em busca da rara testosterona”.
            Parece-me que no fundo as mulheres estão mudando mais por imposição da vida que, qualquer outra vontade revolucionária. Por exemplo: é possível que as mulheres tenham assumido papeis mais firmes e de liderança em suas famílias ou círculos sociais, porque os homens abriram mão dos próprios papeis.
            Fora o trágico, dos maridos que abandonam famílias, um exemplo clássico é quando um homem sai com uma mulher e não faz a mínima questão de pagar a conta. Ou ele racha ou não paga nada! Tem muito, muito homem assim.
            Os homens estão cada vez mais cafajestes e as mulheres cada vez mais confusas sobre aceitar ou não essa situação.  
            Pra esses momentos tenho comigo uma frase interessantíssima de Fernando Pessoa:


Amar é cansar-se de estar só: é uma covardia portanto, e uma traição a nós próprios (importa soberanamente que não amemos).


Afinal, o que é o ato de amar? 
Uma história que ainda não contaram o fim e por isso muitos não entendem, mas tentam, repetem, buscam, imaginam, esperam?
Polêeeeemicaaaa...


domingo, 20 de novembro de 2011

Quem vai pagar?

                É lindo perceber que os movimentos sociais estão ganhando força no Brasil.
                Antes as pessoas viam os descaminhos do poder público e faziam nada! Salvo aquele episódio dos caras pintadas.
                Recentemente surgiu na internet um vídeo pedindo que as pessoas repensassem sobre a construção de Belo Monte, sobre seus danos ao ecossistema.






                Até agora a mobilização tem sido interessante, volumosa até!
                Dessas questões que provocam questionamento e às vezes indignação, surgiu o terceiro setor. Essa camada engloba ONGs, projetos sócio-educativos, comunitários, envolvendo várias áreas de atuação, em várias camadas sociais, principalmente as mais carentes, porque de fato são as mais atingidas hoje ou futuramente.
                Só que ao mesmo tempo que vemos beleza nessas atitudes tão humanas, não podemos descuidar do mínimo respeito que os políticos nos devem. Afinal, tudo que fazem, fazem graças ao nosso dinheiro.
                Há muito que não acredito em revoluções através da máquina pública. Acredito muito em iniciativa privada. Mas o que me dá medo, é que tudo vire o poder pelo poder, porque hoje em dia, marcas movem o mundo, não só a economia. Marcas transformam culturas inteiras.
                Mas além dessas empresas, existem ainda os “entusiastas autônomos”, que realmente fazem porque gostam.




                Num país de corruptos e folgados, parece interessante pro governo, incentivar empresas a serem mais ativas socialmente através de abatimentos fiscais. O que não é interessante é pensar que pagamos duas vezes para ter meio benefício. Pra onde vai o dinheiro dos nossos impostos?
                A gente tem que aprender a bater palmas com olhos abertos, na mesma medida que político tem que aprender a assoviar e chupar cana.     

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Mano velho

Eu estava pensando sobre a fragilidade da vida. Dos laços que criamos e que se desfazem com o tempo ou qualquer outro motivo aterrador – ou nem tanto.
Tem dois pontos interessantes que vivem atrelados a isso: de um lado os que tão nem aí pro fim das coisas. Do outro, os que sofrem até a última gota de sangue.
Um artigo do Walcyr Carrasco falava sobre os amores descartáveis – mas aqui falo de todas as relações.
Começa fácil e termina fácil. Tem todo aquele lance da cultura do descartável estendida aos sentimentos.
Pela fresta da janela, tem as pessoas que sofrem quando um relacionamento termina.
Aí é extremamente particular, não existe o comportamento da massa, existe a história de vida de cada um.
Tem gente que sofre porque estava acostumado a uma zona de conforto ou por possessividade ou ainda, por cicatrizes da infância ou simplesmente do passado, como a sensação de abandono revivida em carne viva.
Vem da sabedoria esse negócio de aceitar o fim das coisas. Não tem nada a ver com inteligência, amor próprio ou senso de justiça. Vai além. Muito além, onde os olhos não enxergam.
Se pra tudo existe um ciclo que culmina na morte ou na mudança, é relevante pelo menos tentar passar por essas rupturas com paciência. Sempre vi no tempo um mistério fantástico de cura e aprendizado.
Pena que por muitas dores que passei, apenas me preocupava em caminhar por aí entristecida com a vida sem perceber que com o tempo as sementes viravam árvores, que viravam flores, que viravam frutos, que no fim, viravam nada novamente.


Tempo, tempo,
Mano velho,
Falta um tanto ainda,
Eu sei,
Pra você correr macio.

Mas que corre, corre! 


segunda-feira, 24 de outubro de 2011


Nas mãos certas, coisas maravilhosas acontecem.
Ouvi isso num comercial de celular.
Mas parece que o poder está nas mãos das pessoas erradas.
Parece que fomos educados para tolerar a provação e fim.
Essa educação católica é polêmica demais pra simplicidade que um dia de sol exige

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Cultura de massa: #SuaFeia

Comprar, comprar, comprar!
Ir até a loja e substituir um produto usado por um novo é muito fácil. Mas o que é feito do produto semi-novo?
Como as condições de pagamento e crédito estão facilitados, os produtos usados perdem valor de forma absurda e viram sucata encostada, doada ou vendida a troco de banana (perto do que foi pago na primeira vez). Isso vale pra todo tipo de bem, até mesmo os mais duráveis, como carros, computadores.
As pessoas estão perdendo muito dinheiro pelo que estão ganhando.
O Brasil tá nos primeiros estágios que já viveu a economia americana. Aquela coisa louca do cliente tirar um carro zero na concessionária e deixar o carro antigo à beira da estrada, doado à sorte de um desafortunado. Esta é aquela fase do consumo desvairado, do descartável sem culpa, só que... nossa renda percapita não sustenta esse padrão cultural e isso significa uma das milhares de coisas que gritam por aí:
- num médio prazo, a maioria dos consumidores associará marcas, produtos e serviços a sentimentos negativos.
Essa percepção de perda de dinheiro pode ser confirmada pelo surgimento dos sites de Consumo Colaborativo. As pessoas veem que é possível conseguir um produto de forma permanente ou simplesmente alugado pagando muito pouco ou nada, apenas fazendo trocas.
O “colaborativo” desse termo também traz um pouco da questão da sustentabilidade e do consumo mais inteligente e menos agressivo, embora eu (por experiência no mercado) acredite que esse hábito será forte daqui uns dois anos. Por enquanto, as pessoas querem apenas poder pagar as suas contas e se divertir um pouco além da cerveja no boteco.
Se eu tivesse uma marca, criaria um posicionamento diferente: instruiria meus clientes a conservar seus produtos, valorizando mais seu dinheiro e levando bem-estar pela aplicação dele em outras áreas da vida, além da mensagem de que a qualidade presente no produto não merece ser descartada.
Parece fácil, mas também não é! É preciso ter um motor afinado, que vai desde a inovadora engenharia de produtos, updates tecnológicos constantes e um marketing de relacionamento fantástico.
Alguém aqui me perguntou: e as metas de venda? Onde ficam?
Eu não pensei nisso ainda, mas vender, qualquer coisa vende, basta ter um bom vendedor e estar nos canais certos. Eu só me preocupei com uma coisa: como tirar da cabeça das pessoas que Luan Santana é música boa. Isso feito, meio caminho andado.
Fui!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ciranda da bailarina

Este é um dos textos mais bonitos e singelos que já li.
Mariana... peguei emprestado. A vantagem é que muita gente além de mim vai te agradecer.

Uma exposição de fotos nesse final de semana me fez relembrar uma lição que recebi do meu pai (mais uma). Na exposição em questão, existia um projeto onde uma pessoa contava algo representativo sobre sua infância. Pensei em várias situações, mas uma em especial que eu sempre carrego, decidi transformar em post.

Quando eu era pequena, fazia ballet clássico. Comecei com um colant rosa e fui me dando bem. Passei para as tão desejadas sapatilhas de ponta, já dava piruetas duplas :) em pouco tempo, minha professora super rigorosa, foi me passando para os estágios superiores, até que eu fui parar num nível super avançado. As meninas eram lindas, magérrimas, alongadíssimas, recebiam aulas dos melhores professores do Teatro Guaíra de Curitiba e executavam com perfeição clássicos de repertório como Dom Quixote, Coppelia, Paquita entre outros. Eu tinha então um empasse, poderia me manter num nível abaixo ou então participar daquelas aulas de 7 horas/dia. Era pra ser um sonho, mas tanta perfeição me fez olhar pra mim, um ser nem lindo e muito menos magérrimo (!) eu nunca fui das mais alongadas e só dava piruetas duplas, enquanto elas ensaiavam fuetes. Tudo isso me fez sentir péssima, diminuída e frustrada.

Em meio a um dos meus regimes, meu pai, provavelmente bem preocupado com a minha integridade física e mental, me fez pensar sobre meus valores. Disse que eu deveria optar por ser a melhor bailarina entre as inferiores ou então a pior entre as melhores. A primeira opção enxeria meu ego e me faria vaidosa, a segunda me faria crescer e evoluir porque eu teria sempre o que aprender.

Continuo sempre tentando optar por ser a pior bailarina :) 

Fonte: www.meiointeiro.blogspot.com

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Dúvida cruel

                
    Se você nasceu na década de oitenta ou antes disso, sabe quanto é bom o gosto da liberdade depois de ouvir tantos “nãos” durante a infância e adolescência - época que os pais tentavam educar os filhos com um pouco de disciplina.
                Se você é mais jovem, nascido na década de noventa, tem a liberdade como algo corriqueiro onde nenhum sentido faz, seguir um movimento contrário a sua vontade, mesmo que seja para um bem comum.
                Esses dois grupos são considerados os mais importantes na luta pela preservação da flora e fauna do planeta. Duas gerações que hoje, tem o poder de dizer sim ou não sobre essas mudanças que precisam acontecer.
                Tudo é muito simples: estamos exaurindo o planeta de todas as formas e isso é incabível diante de muitos aspectos. Muitos se negam a economizar água, mas não se dão conta de que o jeans que vestem vem do algodão, da terra e precisa de litros de água para ser produzido.
                Outros não conseguem entender que não precisamos consumir tanta carne bovina e outras carnes exóticas que beiram o termo silvestre. E que muito menos precisamos vestir a pele de alguns animais para nos fazer melhores.
                Precisamos escolher melhor nossos cosméticos, optar por empresas responsáveis que privam animais de experiências cruéis e que não utilizam os mesmos para extrair substâncias peculiares, tão comuns em perfumes importados.
                Eu sei que talvez você nem esteja vivo pra ver o colapso do planeta e de tudo que nele existe (e coexiste). Mas é preciso saber que qualquer esforço nosso, é muito pouco (mas válido) diante de tudo que a natureza nos oferece e mesmo assim poucos abrem mão das pequenas vaidades. É preciso enxergar os sinais da natureza, os pedidos de respeito às plantas, aos animais, aos recursos renováveis e não renováveis.
                Ouvir sobre esse assunto tão mascado e sem grandes apelos comerciais é chatíssimo. É como querer entusiasmar alguém através do amor que o outro sente.
                Sei lá, pense um pouco sobre isso, mude o foco, o mundo não é você, mas é seu sim ou seu não. Em resumo, você é muito mais importante do que julga ser.