segunda-feira, 22 de março de 2010

Voyerismo antiquado

A vida do outro fascina pela possibilidade de julgar os problemas alheios como ínfimos.

Parece que no outro, as frustrações pessoais se dissolvem. Como dizem por aí: é gozar com o pau dos outros.
Na minha incapacidade eu desmereço o outro pra me sentir maior, mesmo que por fantasiosos segundos ou quem sabe, uma vida inteira para os mais ousados.


Pela janela do carro,


pela janela do quarto,


pela tela, pela janela,


quem é ela, quem é ela,


eu vejo tudo quadrado, remoto controle.


Dessa música, a gente nota o quanto a superficialidade é negativa. Ela nivela por cima, não dentro, não profundo, não ao âmago, onde se escondem as belezas, as durezas, assim como a natureza nos propõe né Dona Pérola?

No Brasil, fofoca é opinião e a partir daí a gente fica sem saber "quem é ela", porque vemos tudo quadrado e nada muda na nossa vida, remoto controle.
Por experiência diária, nem todos os idiotas continuam a merecer meu silêncio, sendo assim: vai carpir um lote, infeliz! Sinta-se útil, você pode.

Ou vá ler um livro.

Nenhum comentário: