terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ouro de tolo


No Brasil, defeito não é ser negro, homossexual ou mãe solteira. Defeito no Brasil é ser pobre.
É como se o brasileiro não agüentasse mais se projetar no outro, ver sua figura no outro, e não sabendo lidar com isso (talvez por falta de coragem) entra num processo de negação.
A nova ordem de discriminar abertamente a pobreza, segue firme com aval do capitalismo selvagem, onde ser é ter, ter é poder, poder é ter, ter é poder, poder é ter e vice-versa.
É como uma bola de neve que vai atropelando os que se encontram na descida.
Nada contra os benefícios do mundo moderno. Tudo contra os malefícios.
Para começar, ninguém deveria trabalhar o tanto que se trabalha hoje. Nossas famílias não precisam de tanto e na essência, o que precisam, dinheiro nenhum pode comprar.
No país mais católico do mundo, chega a ser engraçado esse desprezo aos mais humildes. De fato a espiritualidade está fora de moda, visto que o Papa veste Prada (mas o pior é o que não é visto, o que não é feito).
Pare, pense, pergunte-se: Por que eu corro tanto?
Hoje em dia corre-se muito, o tempo todo e tantas vezes, nem se sabe pra onde, pra que...
Você almeja a diretoria da empresa?
O carro novo?
O computador de última geração?
De uma coisa você pode ter certeza, numa corrida, uma hora você cansa, seu corpo não suportará mais e a miséria será revelada, quando tudo que foi conquistado neste mundo, ficará pra trás.
Quando aprendemos a dividir, não aprendemos apenas a viver, mais que isso, aprendemos a dar vida.
Quando aprendemos a dividir... exceto, ricos de pobres.

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