terça-feira, 11 de novembro de 2008

Duas pedras de gelo para a filosofia pura


“Num determinado domínio dos seus conhecimentos, a razão humana possui o singular destino de se ver atormentada por questões, que não pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais também não pode dar respostas por ultrapassarem completamente as suas possibilidades. Cai nessa perplexidade, não por sua culpa. [...]Todavia, logo se apercebe de que, desta maneira, a sua tarefa ficará sempre inacabada, porque as questões nunca se esgotam. Por conseguinte, vê-se obrigada a refugiar-se em princípios que ultrapassam todo o uso possível da experiência e, não obstante, estão ao abrigo de qualquer suspeita, já que o senso comum está de acordo com eles”.

Foi exatamente assim que Immanuel Kant criou conceitos de moral e ética. Com mais dúvidas, do que certezas sobre o que estava fazendo (embora ele pensasse o contrário).Cercado de questionamentos, o homem se vê acuado em seus próprios tormentos. Tormentos que foram culturalmente nutridos por uma moral primitiva, algo que sempre existiu mas, nomeada de outra forma.A Guerra Fria foi estendida por anos, porque duas formas de governo não poderiam coexistir. O socialismo soviético era o avesso da decência do capitalismo americano.Por não saber lidar com o argumento desconhecido, se inicia a guerra de egos, onde cada um mata primeiro a si mesmo. A oportunidade de agregar conhecimento é deixada de lado, posto que é mais cômodo deleitar-se no êxito de um, que, no sacrifício por todos.Disputas religiosas em prol de um Deus que prega a paz. As doutrinas já foram fundamentadas em uma legislação ética e moral por parte do homem, por isso tantas tragédias, tantos absurdos justificáveis.A cor da pele diferente, o amor por alguém do mesmo sexo, o cabelo pintado de laranja. Todos foram e continuam sendo objetos ardentes no campo da ética e da moral e porque não, dos “bons e velhos costumes”. Aqueles velhos costumes vindos de uma caverna onde um homem arrastava sua mulher pelo cabelo, apoiado por todos os outros homens que acreditavam conjuntamente, que essa seria a forma correta de se tratar uma esposa, quem sabe...Talvez o simples fato de não poderem gerar um ser idêntico à sua imagem, fosse algo temeroso. Pobrezinhos, eles fazem parte, são os pais! Mas como fugia à capacidade intelectual da época, termino este comentário por aqui.Agora, e os preconceituosos convictos de hoje em dia? Que desculpa dar?Que não tracem seus caminhos em nome da alienação, crueldade e desamor. Amém!
Trecho extraído de: Crítica da Razão Pura. Kant, Immanuel

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