segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Gracinha, Graça, Dona Graça

Chegou em casa no fim do dia, cansada, procurou resolver todas as incubências do lar e farejou um canto pra esquecer da vida lá fora.

Recostou na cama solitária, numa busca por alento, viu de longe uma pilha de livros próxima ao roupeiro.

Se perguntou sobre a própria coragem de tentar entender outras histórias que não, sua própria e complicada.

A cama já não era tão somente a cama e ela, não mais solitária. Alí estava Machado de Assis. Crônicas antigas, impressas num papel já envelhecido e surrado pelos anos mas, que insistiam em transparecer cada vogal, cada consoante e suas inúmeras leituras.

Depois de três textos e algumas páginas, caiu na risada pela leveza e ironia das realidades absurdas. Era Machado se fazendo companheiro, destes que nos despertam pra vida, não necessariamente, na vida.

Ela sorriu e descobriu que maturidade pra levar os dias é ter alma e coração de criança e o que sobrar, de adulto.

Um comentário:

... disse...

você é maior que toda essa desumanidade viu? lembre-se disso.