segunda-feira, 26 de abril de 2010

O avesso da Fofoca


Fofoca chegou para animar o marasmo daquele lugar.
Se aproximava de todos balançando aquele rabinho fofo que mais parecia um pedacinho do algodoal.
De forma instintiva, todos queriam perder um pouco do tempo com aquele bichinho engraçado que tirava as pessoas de sua própria mediocridade de ser nada neste mundo.
Fofoca crescia. Hora ou outra ela destruia algumas coisas e colocava todos em pânico.
Algumas vezes, chegaram a pensar: fiz boa escolha em trazer a Fofoca para minha vida? Mas aquela atitude de acolhimento foi primitiva, inexplicável, viciante.
Anos e anos de estripulias bem e mal sucedidas, levaram Fofoca a não andar mais com as próprias perninhas, havia perdido toda a força e vitalidade de antes e toda aquela gente que antes usava Fofoca para esquecer das responsabilidades do mundo lá fora, fadou o bichinho ao próprio infortúnio da sorte.
Certa manhã, Fofoca não estava mais em seu lugar, Mariazinha que hoje é Maria, sonha com ela e a vê vagando por aí, pelos cantos.
O único filhote que Fofoca deixou, foi um amargo no coração de quem nunca entendeu a crueldade humana.

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